quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Homenagem a Marcelo Santa Cruz nos seus 70 anos




OS MENINOS DE ELZITA
 Agassiz Almeida



Existem certos homens que não comemoram datas natalícias. Não são muitos. Eles celebram a história que vivem, os sonhos que sonharam e os ideais que defendem. Assim estes homens olham a vida. Não se deixam vencer pelas adversidades. São intimoratos em desafiar tempestades.
Marcelo Santa Cruz é um destes. Faz história e não aniversário.
Algumas décadas passadas, pelas ruas de Olinda, entre velhos casarões, casebres humildes e mosteiros povoados de fé, os meninos de Elzita e Lincoln brincavam de bola de gude e jogavam pelada. Cresceram, vestiram a armadura que o destino da vida lhes impôs.
O que sonharam os irmãos Marcelo e Fernando? Um Brasil mais brasileiro, menos injusto, em que a saúde não fosse privilégio de alguns poucos e nem o saber, dádiva dos que nasceram em berço de ouro.

No fatal dia 23 de fevereiro de 1974, a Ditadura Militar, nos porões da tortura e da covardia, matou Fernando e o fez desaparecido; mas não matou os seus sonhos e nem os seus ideais. Hoje, como no amanhã dos tempos, eles estão presentes como uma chama viva em Marcelo Santa Cruz.
Companheiro Marcelo, não olhes o calendário, não olhes o tempo que passa e nem a vida como uma mera condição biológica, mas, sim, as causas que defendeste e a história que estás vivendo.
O verdadeiro presente de aniversário que os teus companheiros oferecem é estarem ao teu lado nesta caminhada.
Percorres um caminho cuja data de chegada está nos amanhãs que se renovam.

Marcelo Santa Cruz é vereador por Olinda há várias legislaturas, ativista dos direitos humanos, combatente na luta contra a ditadura militar.

Agassiz Almeida é escritor, ativista dos direitos humanos, ex-deputado federal constituinte, autor das obras: “A república das elites”, ”500 anos do povo brasileiro”, “A ditadura dos generais” e recentemente lançou “O fenômeno humano”.



terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Prédio do DOI-Codi de São Paulo é tombado pelo patrimônio histórico


O Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo) aprovou ontem por unanimidade o tombamento das antigas instalações do DOI-Codi, centro do Exército que funcionou na rua Tutoia, 921, no Paraíso, zona sul de São Paulo.
O local, usado pelos militares para prender e torturar opositores da ditadura, hoje abriga uma delegacia da Polícia Civil.
Segundo o Condephaat, o prédio "possui apelo estético particular e carrega uma difícil simbologia política", tratando-se de "patrimônio material que evoca as memórias de um momento longo e sombrio de nossa história".
O DOI-Codi de São Paulo fez centenas de vítimas (mortos ou torturados), entre elas o jornalista Vladimir Herzog, assassinado ali em 1975.
O local deve virar um centro de memória da ditadura, como ocorreu com o prédio do Dops.







Ver mais: http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/01/1403770-predio-do-doi-codi-de-sao-paulo-e-tombado-pelo-patrimonio-historico.shtml

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

HISTÓRIA


População entrega acervo à Comissão da Verdade

Trabalho tem estimulado cidadãos a entregarem documentos ao colegiado. Família de Gregório Bezerra e do desaparecido Fernando Santa Cruz já fizeram o gesto

JC On Line

Publicado em 26/01/2014, às 06h56


Carolina Albuquerque

Não só voltada para apuração dos casos de violação dos direitos humanos, mas também fonte de documentação, a existência da Comissão da Verdade serviu de estímulo para que vários cidadãos entregassem seu acervo pessoal referente aos períodos de exceção no País. O historiador Rafael Leite, ao lado de mais outros dois pesquisadores, explica que tudo é catalogado e digitalizado para ao final estar disponível à consulta de qualquer cidadão.
Todos lembram bem da contribuição deixada por Marcelo Santa Cruz, irmão do desaparecido político Fernando Santa Cruz, que entregou um “catatau” de documentação reunida pela família desde a época do assassinato do militante.

INFOGRÁFICO

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Outro que em uma das audiência públicas fez o mesmo movimento foi o ex-preso político Alberto Vinícius, que repassou o original da carta-denúncia que fez relatando a tortura e morte do líder estudantil Odijas de Carvalho.
“Lembro que quando entregou disse algo assim: ‘Vou deixar isso com vocês porque não faz mais sentido guardar comigo’”, lembra Rafael Leite. 
O filho de Gregório Bezerra, Jurandir Bezerra, que durante todos esses anos tratou de conservar a memória do pai, também entregou o seu acervo pessoal. “Muita gente já procurou a Comissão para entregar o acervo pessoal através do telefone, Facebook, e-mail. Todas as formas são válidas”, recorda.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014