domingo, 28 de agosto de 2011

COMITÊ LANÇADO EM PERNAMBUCO PROPÕE ABERTURA DOS ARQUIVOS DA DITADURA E PUNIÇÃO AOS TORTURADORES



O Brasil continua com uma grande dívida social e política diante daqueles que foram vítimas da Ditadura Militar, com suas repressões brutais contra a liberdade de expressão e organização do seu povo. E em nome disso seqüestrou, torturou e matou. PARA QUE NÃO SE ESQUEÇA, PARA QUE NUNCA MAIS ACONTEÇA. Com esse lema, foi lançado no último dia 23.08, no Centro Cultural Rossine Alves Couto, no Ministério Público de Pernambuco (MPPE), o COMITÊ MEMÓRIA VERDADE E JUSTIÇA DE PERNAMBUCO.
Abertura dos arquivos e punição dos responsáveis pelos crimes de tortura. Essa é a luta incansável. Em seu discurso, Marcelo Santa Cruz foi aplaudido em vários momentos pela calorosa plateia formada por autoridades, representantes de partidos políticos, movimentos populares, sindicatos, sociedade civil, ex-presos anistiados e estudantes. Santa Cruz ressaltou que na prática o conteúdo da Lei da Anistia esconde os interesses de grupos dominantes e torna-se responsável por várias violações dos direitos humanos. “Não à impunidade. Tortura nunca mais. Pelo direito à Memória, à Verdade e à Justiça”, colocou Santa Cruz que também leu na íntegra o Manifesto do Comitê.
O Procurador Geral do MPPE, Aguinaldo Fenelon apoiou o Comitê e colocou que essa ação é um grande passo para resgatar o passado e para que erros gravíssimos contra os direitos humanos não voltem a ocorrer. “A luta não foi em vão e vamos continuar. O MPPE está de portas abertas para o exercício da cidadania”, concluiu Fenelon.
No evento também foi apresentado um vídeo documentário sobre os 30 anos da anistia, além de depoimentos de ex-presos políticos e familiares de desaparecidos, como D. Elzita Santa Cruz, mãe de Fernando Santa Cruz. Ela ressaltou a importância da aprovação do projeto de lei que se encontra em tramitação no Congresso Nacional, pelo fim do sigilo perpétuo imposto aos documentos públicos. “A anistia pela qual lutamos ampla, geral e irrestrita, com os esclarecimentos das torturas, assassinatos e dos mortos e desaparecidos políticos não foi obtida pelo povo brasileiro. Agora se impõe na consolidação da democracia e do Estado Democrático de Direito, que os arquivos da repressão política sejam abertos e franqueados o seu acesso a todos interessados”, cita D. Elzita do alto dos seus 97 anos. Conclui citando Dom Helder Câmara, a quem sugeriu pela sua luta a favor dos direitos humanos que seja o patrono deste comitê.

Nenhum comentário: