População entrega acervo à Comissão da Verdade
Trabalho tem estimulado cidadãos a entregarem documentos ao colegiado. Família de Gregório Bezerra e do desaparecido Fernando Santa Cruz já fizeram o gesto
Não só voltada para apuração dos casos de violação dos direitos humanos, mas também fonte de documentação, a existência da Comissão da Verdade serviu de estímulo para que vários cidadãos entregassem seu acervo pessoal referente aos períodos de exceção no País. O historiador Rafael Leite, ao lado de mais outros dois pesquisadores, explica que tudo é catalogado e digitalizado para ao final estar disponível à consulta de qualquer cidadão.
Todos lembram bem da contribuição deixada por Marcelo Santa Cruz, irmão do desaparecido político Fernando Santa Cruz, que entregou um “catatau” de documentação reunida pela família desde a época do assassinato do militante.
Outro que em uma das audiência públicas fez o mesmo movimento foi o ex-preso político Alberto Vinícius, que repassou o original da carta-denúncia que fez relatando a tortura e morte do líder estudantil Odijas de Carvalho.
“Lembro que quando entregou disse algo assim: ‘Vou deixar isso com vocês porque não faz mais sentido guardar comigo’”, lembra Rafael Leite.
O filho de Gregório Bezerra, Jurandir Bezerra, que durante todos esses anos tratou de conservar a memória do pai, também entregou o seu acervo pessoal. “Muita gente já procurou a Comissão para entregar o acervo pessoal através do telefone, Facebook, e-mail. Todas as formas são válidas”, recorda.
Nenhum comentário:
Postar um comentário