Por Diogo Monteiro
Da Folha de Pernambuco
Da Folha de Pernambuco
Criada em junho de 2012, a Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Hélder Câmara (CEMVDHC) pode ter estendido seu tempo de atividade, que a princípio se encerraria no primeiro semestre deste ano. Dentro do colegiado, existe um consenso de que o fechamento dos trabalhos a contento exigiria uma renovação do prazo, a exemplo do que aconteceu no plano federal. A presidente Dilma Rousseff (PT) anunciou, no final de 2013, que a Comissão Nacional da Verdade, cuja ação terminaria em maio próximo, teria o prazo prorrogado para 16 de dezembro de 2014.
Assim como no âmbito federal, a CEMVDHC depende de uma decisão do governador Eduardo Campos (PSB) para ter seu prazo renovado. O coordenador Fernando Coelho diz, entretanto, que não houve nenhuma iniciativa de solicitar esse prorrogamento ao chefe do Executivo. “Não existe um pleito. Existe uma convicção interna. A comissão fez uma avaliação e acha que o tempo restante é insuficiente para as ouvidas que ainda são necessárias, bem como a coleta e análise dos documentos, que continuam chegando”, explica. A expectativa é que o socialista se pronuncie sobre o assunto nos próximos dias.
Segundo Coelho, a assessoria da CEMVDHC levantou até agora mais de 70 mil páginas de documentos inéditos relativos a episódios de graves violações de direitos humanos perpetradas por agentes do Estado no período, ocorridas em Pernambuco ou relacionadas a pernambucanos. A garimpagem dessas informações ocorreu em arquivos de diversas instituições em vários estados e até no exterior.
“Ainda assim, muita coisa se perdeu, com a violação sistemática de arquivos que foi permitida no processo de abertura política do Brasil. Mas, mesmo diante dessas dificuldades, descobrimos mais do que esperávamos nesse ano e meio de atividades”, comemora o coordenador.
ACERVO
Outro assunto que espera uma definição junto ao Governo do Estado é a destinação desse acervo de documentos, bem como dos registros dos depoimentos tomados pela comissão. Na mesma lei que criou a comissão, ficou definido que esse conteúdo será abrigado por um Memorial da Democracia, que servirá como base de consulta para futuras pesquisas que continuarão o trabalho do colegiado.
Outro assunto que espera uma definição junto ao Governo do Estado é a destinação desse acervo de documentos, bem como dos registros dos depoimentos tomados pela comissão. Na mesma lei que criou a comissão, ficou definido que esse conteúdo será abrigado por um Memorial da Democracia, que servirá como base de consulta para futuras pesquisas que continuarão o trabalho do colegiado.
Chegou a ser discutida a possibilidade de instalação no prédio do Liceu de Artes e Ofícios, na Boa Vista, mas a Universidade Católica de Pernambuco, proprietária do edifício, teria outros planos para o local. Outra possibilidade que vem sendo discutida é a instalação do acervo no antigo prédio do Diário de Pernambuco, hoje de posse do próprio Governo do Estado.
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