Jornal do Commercio - 16.04.12
BRASÍLIA Cinco meses depois da sanção da lei que criou a Comissão da Verdade, a presidente Dilma Rousseff iniciou o processo de escolha dos sete integrantes deste colegiado. O propósito é fechar esses nomes até o final deste mês e iniciar os trabalhos até o final de maio. No mais tardar, em junho. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou, na semana passada, que a instalação da comissão será ainda neste primeiro semestre.
Dezenas de indicações estão sobre a mesa da presidente Dilma, que já teria iniciado essas consultas. Um dos nomes cotados para integrar a comissão é o de Nilmário Miranda, ex-ministro dos Direitos Humanos no governo de Luiz Inácio Lula da Silva e um militante histórico, que foi perseguido e preso pela ditadura. Nilmário preside até outubro a Fundação Perseu Abramo, vinculada ao PT, e também é um dos primeiros suplentes de deputado federal por Minas.
Mas o petista diz que não foi sondado pelo governo. Não tenho notícia. Não fui consultado, disse ontem Nilmário, que também integra a Comissão de Anistia, onde vai cuidar da criação do Memorial da Anistia, que ficará em Belo Horizonte.
Chegaram várias indicações às mãos da presidente. Uma relação de 50 nomes elaborada por comitês da Memória e da Verdade e Justiça de todo o País foi protocolada na Presidência. A ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, tentou agendar encontro desses grupos com Dilma, mas a reunião não aconteceu.
Nesta lista constam as indicações do procurador de São Paulo Marlon Weichert que trabalha em processos contra militares que atuaram no regime militar, como Carlos Brilhante Ustra e de Belisário dos Santos Júnior da Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos e ex-advogado de perseguidos pela ditadura.
Também estão na relação Clarice Herzog, viúva de Vladimir Herzog, e Vera Paiva, filha de Rubens Paiva, que foi vetada para fazer discurso na solenidade da criação da Comissão da Verdade, no Palácio do Planalto, em 2011.
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