Seu trâmite normal prevê uma comissão de parlamentares para analisá-lo. Mas o Governo teme que esse debate preliminar possa radicalizar as opiniões sobre a Comissão e atrasar ou mesmo impedir sua criação. Por isso, tenta fechar um acordo com base e oposição, tanto na Câmara quanto no Senado, para que o texto seja processado sob regime de urgência e tenha uma aprovação rápida. Convidados pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara, a pedido de Luiza Erundina (PSB-SP), os parentes disseram que a tática do governo é antidemocrática e o atual texto criará uma Comissão da Verdade pouca efetiva. “Será um arremedo de Comissão da Verdade”, afirmou Erundina. Segundo Vitória Grabois, que perdeu pai, marido e irmão na guerrilha do Araguaia e também foi perseguida, não é aceitável que seja criada a “Comissão do Possível”. | BRASÍLIA (Folhapress) - Em audiência pública realizada na Câmara, ontem, familiares de mortos e desaparecidos na ditadura criticaram a intenção do Governo de aprovar o projeto de lei que cria a Comissão da Verdade sem análises ou mudanças em seu texto. A comissão fará a narrativa oficial das violações aos direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988, segundo projeto enviado pelo ex-presidente Lula.
Fonte: Folha de PE - 30.06.2011
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