Durante esta semana, chegou ao
conhecimento do Setorial de Mulheres do Partido dos Trabalhadores e das
Trabalhadoras, a denúncia sobre a composição de João Morro, referente a
Presidenta da República, Dilma Rousseff.
Precisaremos nesta nota, relatar
alguns trechos escritos, para que cheguem ao conhecimento do maior número de
pessoas as atrocidades ditas, mesmo que nos agrida violentamente: "Eu
votei 'num' cara pra ser o presidente, mas quem ganhou foi Dilma pra botar no
c* da gente." "Meu Santo Antônio, urgentemente, arruma um macho pra
ela pra Dilma parar de foder com a gente." "Quem votou em Dilma, tem
que tomar no c*."
Não podemos chamar de música, nem
qualquer outra obra ligada à arte, algo que ofenda, constranja e exponha, viole
direitos humanos e agrida verbalmente qualquer pessoa.
Quando um homem coloca a condição
de felicidade (neste caso, de boa administração pública), condicionada a
presença de um homem, ele não só tira a sua credibilidade quanto mulher (e gestora),
como afirma que só sob a proteção de um homem, seremos felizes e eficazes.
João do Morro não faz ideia da
transformação social que o país dele atravessa. “Em 2000, as mulheres
comandavam 24,9% dos 44,8 milhões de domicílios particulares. Em 2010, essa
proporção cresceu para 38,7% dos 57,3 milhões de domicílios – um aumento de
13,7 pontos percentuais” Via IBGE. Outro dado que precisamos reafirmar aqui, é
que essas mulheres comumente são abandonadas pelos homens, pais dos seus filhos
e se veem diante da imensa responsabilidade manter um lar. Mais um ponto para o
governo petista, agora já nas mãos da Presidenta Dilma: as casas do Programa
Minha Casa Minha Vida, agora ficam nos nomes das mulheres, facilitando assim, o
empoderamento e o encerramento dos ciclos de violência, muitas vezes baseado no
patrimônio.
Muito nos espanta que João do
Morro, homem negro, que cresceu no Bairro recifense de Casa Amarela, não tenha
conhecimento dos avanços proporcionados por esta gestão, bem como a gestão
petista do ex prefeito João Paulo Lima e do ex prefeito João da Costa, que
tanto lutaram para atender o bairro citado.
Assim, só podemos caracterizar o
ocorrido de uma maneira: oportunismo. E aproveitamos o momento para lhe
garantir: não silenciaremos diante da sua agressão direcionada à Presidenta
Dilma, porque somas todas unidas em nome de uma causa. A luta contra a
violência é nossa bandeira comum.
O referido cidadão, além de
ofender moralmente às mulheres, incita o crime de estupro. A relativização da
violência nos dirá que não, que é apenas uma forma de expressão, mas quando
esta liberdade agride e propõe publicamente resposta em forma de violência, ela
deve ser combatida.
Vimos através desta nota,
defender o direito do povo ao protesto, seja ele contra o governo, seja ele
contra a oposição. A voz das pessoas não pode e não será silenciada. O setorial
de mulheres do Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do estado de
Pernambuco tem análises duras a este modelo de governo, as faz e em qualquer
momento, impedirá qualquer membro de emitir opinião, de forma plural,
democrática e que respeite os princípios do respeito e da construção popular.
Continuaremos de pé, enfrentando
as raízes do patriarcado, pautadas no sistema capitalista, que prioriza as
relações de poder de supremacia masculina. Não permitiremos que nossas atuações
políticas estejam ligadas às nossas escolhas sexuais, tampouco que sejamos
avaliadas por nossas relações pessoais. Toda forma de opressão será combatida.
Nosso inimigo tem nome. O
machismo, que mata milhares de mulheres ao ano e coloca o Brasil em 5° lugar
entre os países que mais agridem mulheres. Sabemos que incitações à violência
da forma como esta foi apresentada, contribui para a normalização dos crimes
contra a mulher e nos coloca como responsáveis pelas agressões que sofremos.
Não somos. Não aceitaremos ser.
Convidamos o cidadão João do
Morro a entender um pouco mais sobre um dos crimes que mais mata no mundo e
repudiamos aquilo que ele chama de liberdade de expressão, a caracterizando
como agressão.
As mulheres do Partido dos
Trabalhadores e das Trabalhadoras seguirão na luta e dela não sairão.
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