Ontem(24), prestigiei, na Livraria Cultura - Paço Alfândega, o lançamento do livro Dossiê Itamaracá: Cotidiano e resistência dos presos políticos da Penitenciária Barreto Campelo (Pernambuco 1973-1979), da jornalista e historiadora sergipana Joana Côrtes. A publicação é fruto de sua dissertação de mestrado em História pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Ela mergulhou em documentos e na história dos próprios pais para compor a obra O livro recebeu o Prêmio Memórias Reveladas, na 2ª edição do concurso promovido pelo Arquivo Nacional.
No livro, ela conta a história dos presos da Penitenciária Barreto Campelo através de relatos, documentos, fotografias e cartas. Episódios como o da greve de fome dos presos, em 1978 – que depois se espalhou para o Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Ceará e Minas Gerais – são contados no volume. “Fazer o livro foi uma espécie de quebra-cabeça afetivo e histórico. Ele conta um pouco a história, mostra a cara e a coragem dessas pessoas”, define. Ela ressalta que as mulheres tiveram um papel fundamental nesses episódios, levando recados, brigando por justiça e criando uma rede de apoio aos presos.
“É importante debater o assunto, mostrar o que foi a ditadura sem medo. Só recentemente a gente começou a fazer um pequeno esforço para entender a nossa história, com a Comissão da Verdade”, defende. “A busca da mãe de Fernando Santa Cruz (desaparecido da ditadura) pelo destino do filho e a da esposa de Amarildo pela verdade sobre a morte do marido mostra o que a ausência de debate e de justiça produziu no campo da tortura”, pontuou Joana.
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