Os Advogados Marcelo Santa Cruz e Frederico Barbosa são os patronos da Ação de Responsabilidade Civil da família
de Ezequias Bezerra da Rocha, desaparecido político em 1972. Na ocasião com 28 anos, era professor, geólogo,
trabalhava na Fábrica de Cimento Itapessoca (pertencente ao Grupo João Santos).
Era antes de tudo, um sonhador.
O julgamento do recurso de Agravo
de Instrumento estava colocado na pauta de ontem (05), 4ª Turma do Tribunal
Federal da 5ª Região. Entretanto, foi retirado tendo em vista que o
Desembargador Relator Lázaro Ramos se encontra em Brasília.
A família de Ezequias está
inconformada com a morosidade da justiça e os mesmos se sentem insultados com o
argumento de que o valor da indenização é alto e se trata de enriquecimento sem
causa.
Os fatos- Com promissora carreira
profissional, Ezequias Bezerra da Rocha foi sequestrado junto com sua jovem
esposa, Guilhermina Beserra da Rocha, assistente social. A mesma foi testemunha
de suas torturas e morte nos porões do DOPS em Recife, e após ter sido
libertada veio a falecer na cidade de Picos - Piauí, em um acidente até hoje
não esclarecido.
Em 1991, quando houve a abertura
dos arquivos do DOPS, determinada pelo então Gov. Carlos Wilson Campos, ficou constatado que
Ezequias havia sido sequestrado, morto sob torturas e seu cadáver ocultado no
açude do Engenho Massauassu, com uma pedra de 30 kg amarrada ao corpo. Com a
descoberta, seu nome começou a constar na longa lista de desaparecidos
políticos.
Face ao sofrimento e a busca
incessante empreendida para localizar Ezequias, seus pais, não suportando
aquela situação faleceram logo depois desses fatos.
Outras testemunhas ouvidas neste
processo, a exemplos da educadora Adozinda Monteiro e o ex-deputado Federal
Pedro Eugênio faleceram por morte natural, assim como cinco irmãos de uma
família de oito, diante do longo percurso que medeia este processo, também
faleceram.
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