domingo, 13 de setembro de 2015

EXTERMÍNIO DE JOVENS - Na CPI do Senado Marcelo Santa Cruz denuncia o distanciamento das políticas sociais

Nesta sexta(11), Marcelo Santa Cruz, Vereador de Olinda e Militante dos Direitos Humanos fez seu pronunciamento na Comissão da CPI do Senado, em relação extermínio de jovens ocorrida em Pernambuco. Na ocasião, denunciou o abandono do PACTO PELA VIDA, o distanciamento das políticas sociais, o fim do programa ATITUDE e CONSULTÓRIO de RUA e defendeu a REFORMA POLÍTICA. O grupo foi recebido na Assembleia Legislativa de Pernambuco.

Na avaliação da presidente da CPI, a senadora Lídice da Mata (PSB-BA), “a violência contra jovens tem território definido”, tendo como alvo uma população em situação de vulnerabilidade social e majoritariamente negra. “Vamos traçar uma rota desses homicídios no País e entender o que tem motivado essas mortes”, declarou. A CPI do Assassinato de Jovens deverá concluir as atividades em 3 de novembro.

Também presente ao encontro, o senador pernambucano Humberto Costa, que é suplente da Comissão Parlamentar, ressaltou que a meta é, a partir dos relatos colhidos nos Estados, “traçar uma política nacional de combate a essa violência”. 




CPI debate assassinatos de jovens em Pernambuco
Por Henrique Barbosa
Senadores, representantes da sociedade civil, do Judiciário e do Governo de Pernambuco, além de deputados estaduais e lideranças políticas, lotaram hoje o plenário da Assembleia Legislativa para debater, em audiência pública promovida pela CPI da Violência contra os Jovens do Senado, o alto índice de assassinato de adolescentes no Estado. Segundo o Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (Gajop), só em 2015, 1.348 jovens morreram vítimas da violência em Pernambuco. Um média de 5,6 assassinatos por dia.

De acordo com o líder do PT no Senado, Humberto Costa, autor do requerimento que garantiu a realização do evento, é fundamental buscar soluções para o problema. “Nós não podemos apenas assistir às estatísticas de violência contra jovens aumentarem e não fazermos nada. Temos que pensar em novas soluções, trazer o problema à tona e juntar todos os esforços para mudar essa realidade”, disse Humberto, que é da Comissão Parlamentar que apura o assassinato de jovens no Brasil. Além do líder, também estiveram presentes ao evento a senadora Lídice da Mata (PSB-BA) e o senador José Medeiros (PPS-MT).

Para o desembargador do Tribunal de Justiça de Pernambuco, Luiz Carlos Figueiredo, é preciso fazer um balanço do problema nos últimos 20 anos. “Temos que resgatar tudo o que já foi discutido, o que já se avançou e o que ainda não avançou. Não preciso dizer que, em sua maioria, os que morrem são jovens negros ou pardos, de baixa renda e de baixa escolaridade. A sensação que eu tenho é que uns remam para um lado, uns remam para o outro. Mas todos têm vontade de trabalhar. Por isso, temos que coordenar essas ideias e romper esse ciclo”, afirmou.

Para a senadora Lídice da Mata, o número de assassinatos de jovens em Pernambuco e no Brasil não pode ser só visto como um problema de segurança pública. “O que a gente vem percebendo é que a violência é só isso. É uma questão social. A violência é resultado da pobreza que se soma ao racismo contra os negros e os índios”, afirmou.
O Índice de Homicídios na Adolescência (IHA) calcula que cerca de 42 mil adolescentes entre 12 a 18 anos poderão ser assassinados em seis anos nas cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes. Se a perspectiva for confirmada, para cada grupo de mil crianças com 12 anos completos em 2012, 3,32 serão vítimas de homicídio antes de chegarem aos 19 anos.


O estudo foi divulgado em janeiro deste ano e é resultado de uma parceria entre a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o Observatório de Favelas e o Laboratório de Análise da Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (LAV-UERJ). CPI debate assassinatos de jovens em Pernambuco.

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